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Foto do escritorJp Santsil

O Epidêmico Legado Eletrônico: Lixo, Impactos Ambientais, Enfermidades, Crimes e Desafios Globais

Atualizado: 4 de jun. de 2023

A nossa Mãe Natureza é um sistema intrincado de ciclos interconectados, nos quais nada se perde e tudo se transforma. Desde os excrementos dos animais até as folhas e outros materiais orgânicos em decomposição, uma miríade de micro-organismos decompositores trabalha incessantemente para transformar esses resíduos em nutrientes que alimentam outras formas de vida. Esse processo exemplifica a harmonia e a eficiência do ciclo natural de reciclagem de nutrientes, em que a natureza aproveita cada elemento de forma sustentável.

No entanto, enquanto a natureza é capaz de reutilizar e reciclar praticamente todos os elementos orgânicos, o mesmo não pode ser dito em relação aos materiais sintéticos e resíduos gerados pela atividade humana. O advento da sociedade moderna trouxe consigo uma produção desenfreada de bens e uma cultura do descarte fácil, resultando na geração de grandes quantidades de lixo que desafiam a capacidade da natureza de absorvê-los e reintegrá-los ao ciclo.

Até o início do século XIX, o lixo gerado pela sociedade, composto principalmente por restos de comida, excrementos e outros materiais orgânicos, reintegrava-se naturalmente aos ciclos biológicos, servindo como adubo para a agricultura. No entanto, com a chegada da industrialização e a concentração da população em centros urbanos e grandes cidades, o problema do lixo começou a se intensificar. O crescimento populacional e o desenvolvimento industrial trouxeram consigo mudanças nos padrões de consumo e no descarte de resíduos, transformando o lixo em um desafio complexo a ser enfrentado.


Hoje, o lixo continua sendo composto em sua maioria por materiais orgânicos, que ainda possuem potencial para serem reintegrados aos ciclos naturais por meio da compostagem. No entanto, o perfil do lixo mudou significativamente. A quantidade de papel e materiais de embalagem, como metais, vidros, plásticos e papelão, aumentou consideravelmente devido ao consumo em massa e à produção industrial. Além disso, a sociedade moderna também enfrenta o desafio de lidar com resíduos perigosos e não renováveis, como pilhas, equipamentos eletrônicos, óleo de motores usados, tintas e outros derivados do petróleo, que demandam uma abordagem especializada para seu manejo adequado.


Com o avanço da tecnologia e a rápida obsolescência dos dispositivos eletrônicos, surgiu um novo desafio ambiental: o lixo eletrônico. A partir da década de 1980, a crescente produção e descarte inadequado de computadores, telefones celulares, televisores e uma infinidade de outros aparelhos eletrônicos passaram a representar uma séria ameaça ao meio ambiente. A falta de destinação apropriada resultou na incineração, deposição em aterros sanitários e lixões desses resíduos altamente prejudiciais.


Estimativas revelam que, de 1980 a 2004, aproximadamente 315 milhões de microcomputadores foram descartados. Além de ocuparem um espaço significativo, esses dispositivos eletrônicos possuem componentes feitos de metais pesados que apresentam toxicidade para a saúde humana e animal.

O chumbo presente nos antigos tubos de imagens de televisores e monitores, tubo de raios catódicos ou CRT - Cathode Ray Tube, que já foram descartados descaradamente de maneira inadequada em lixões, representa um sério risco para a saúde e o meio ambiente. Esse metal pesado altamente tóxico pode contaminar o solo, a água e o ar, causando danos aos ecossistemas. A exposição ao chumbo pode resultar em problemas cerebrais, comportamentais e de desenvolvimento em crianças, bem como danos aos rins e ao sistema cardiovascular em adultos.

A produção, uso e descarte inadequado das Telas de Cristal Líquido (LCD - Liquid Crystal Display) apresentam malefícios significativos para o meio ambiente e a saúde pública. Durante a produção, substâncias químicas tóxicas como mercúrio, chumbo e cádmio são utilizadas, podendo causar danos ambientais e problemas de saúde, especialmente em crianças. O descarte inadequado das telas LCD levou à contaminação do solo, água e ar, representando uma ameaça para as diversas comunidades locais dos países classificados como: "em desenvolvimento ou subdesenvolvidos".


O gás Trifluoreto de Nitrogênio (NF3), liberado durante a produção, uso e descarte inadequado de telas de plasma - PDP (Plasma Display Painel) -, possui um potencial de aquecimento global 17 mil vezes maior que o dióxido de carbono (CO2), um dos principais causadores do aquecimento global. Sua longa vida útil na atmosfera contribui significativamente para o efeito estufa, exacerbando as mudanças climáticas, sendo um dos agentes que acelerou o progressivo crescimento da Anomalia do Atlântico Sul na atmosfera. Além disso, o NF3 é um gás de alta estabilidade química e não é facilmente degradado na atmosfera, o que amplia sua persistência e impacto. A exposição a concentrações elevadas de NF3 pode causar irritação nas vias respiratórias superiores, além de apresentar riscos potenciais à saúde vegetal e animal, como danos pulmonares.


Também, como nas telas de LCD, as telas atualizadas de TFT LCD (Thin Film Transistor: transistor de filmes finos) apresentam outros sérios malefícios em acréscimos. Durante a produção, substâncias químicas tóxicas de mercúrio, chumbo, cádmio e o acréscimo de retardantes de chama bromados são utilizadas, representando riscos ainda mais significativos para saúde animal e vegetal.

Já nas modernas telas LED (Light Emitting Diode: diodo emissor de luz) temos as mesmas substâncias químicas tóxicas, que além do cádmio e chumbo contidos nas outras telas acima demonstradas, entra o arsênio que é utilizado na fabricação de semicondutores e pode causar problemas de saúde, incluindo danos ao sistema nervoso, câncer e distúrbios respiratórios.


Nas telas dos modernos smartphones, tablets, leitores digitais de livros, smartwatch e outros gadget com telas touchscreen, que em sua maioria são de LCD, OLED (Organic Light Emitting Diode), AMOLED (Active Matrix Organic Light Emitting Diode) e IPS (In-Plane Switching), encontramos os mesmos, e ainda mais complexos e prejudiciais, problemas. As telas de OLED, AMOLED e IPS apresentam malefícios decorrentes da presença de substâncias tóxicas e metais pesados em sua composição. Durante a produção dessas telas, são utilizados componentes como cádmio, chumbo, mercúrio, retardantes de chama e solventes orgânicos, os quais representam um risco significativo para a saúde humana e o meio ambiente. Essas substâncias tóxicas têm potencial para causar danos ao sistema nervoso, afetar o desenvolvimento infantil e contribuir para a poluição ambiental.


O chumbo, mercúrio, cádmio e arsênio são metais pesados amplamente conhecidos por seus malefícios à saúde humana e ao meio ambiente. O chumbo, por exemplo, pode causar danos ao sistema nervoso, retardar o desenvolvimento cognitivo em crianças e afetar órgãos como rins, fígado e cérebro. O mercúrio é altamente tóxico e pode causar problemas neurológicos, danos ao sistema nervoso central, comprometimento do desenvolvimento fetal e danos aos rins e pulmões. O cádmio é prejudicial para os rins, pulmões e sistema cardiovascular, além de ser um agente cancerígeno potencial. O arsênio, por sua vez, é um composto químico altamente tóxico que pode causar danos ao sistema nervoso, câncer de pulmão, pele e bexiga, além de afetar o sistema cardiovascular.

(Sem citar ainda... os compostos químicos das placas e circuitos impressos, os solventes e diluentes das baterias, o cromo dos anticorrosivos do aço e os plásticos que compõem os dispositivos eletrônicos são ameaças concretas que exigem soluções imediatas)

Nesta era digital em constante evolução, tornou-se imperativo abordar o desafio do lixo eletrônico de maneira urgente e efetiva. A rápida obsolescência tecnológica, aliada ao descarte inadequado e à falta de conscientização, cria uma crise ambiental crescente. É essencial buscar soluções de curto prazo para mitigar os impactos negativos desses resíduos eletrônicos.


Agora falaremos de um assunto que ninguém quer citar, intitularemos como: "O crime humano e ambiental dos países, tidos como, "desenvolvidos": O descarte ilegal de lixo eletrônico e veículos para a África sob a falsa bandeira da ajuda ao desenvolvimento"



(Clipe: Consciência QUILOMBOLA: Trago no meu sangue - Jp Santsil)


Com a Consciência do video acima, relatamos que nos últimos anos, tem sido revelado um sombrio e alarmante segredo dos países tidos como "desenvolvidos": o descarte ilegal de lixo eletrônico e veículos para países africanos. Sob a fachada de doações para o desenvolvimento humano e pessoal, na verdade, essas nações prósperas estão cometendo um crime humano e ambiental de proporções preocupantes. Esse comportamento insidioso explora a vulnerabilidade de nações africanas, trazendo consequências graves para a saúde das pessoas e o equilíbrio ecológico dessas regiões.



No contexto do descarte ilegal de lixo eletrônico,

com a constante evolução da tecnologia e a rápida obsolescência desses dispositivos que os países "desenvolvidos" se veem diante de um crescente problema de descarte desse mal. Para lidar com esse desafio, muitos desses países buscam opções de reciclagem e eliminação adequadas. No entanto, alguns atores inescrupulosos, tanto das suas políticas e corporações, optam por uma abordagem mais barata e questionável, aproveitando-se da falta de regulamentação e supervisão para enviar ilegalmente esses resíduos mortíferos para as muitas nações africanas.




O mito da doação para o desenvolvimento:

Sob o pretexto de doações altruístas, os países desenvolvidos enviam contêineres de lixo eletrônico e veículos quebrados para países africanos, promovendo a ideia de que estão ajudando no desenvolvimento dessas nações. No entanto, essa "ajuda" é um engodo cruel que causa mais danos do que benefícios. Os equipamentos eletrônicos doados geralmente são obsoletos, com pouca ou nenhuma funcionalidade, e os veículos quebrados são carros descartados, sem condições de uso. Esses objetos, longe de promoverem o desenvolvimento, se tornam uma carga tóxica e prejudicial para os países receptores.

(Sam Sandu vive da reciclagem de materiais retirados de eletrônicos em lixão de Gana. Fonte: BBC)

Impactos humanos:

Os impactos humanos dessa prática criminosa são profundos e devastadores. Trabalhadores e catadores de resíduos sólidos, e mineradores de ouro em placas eletrônicas, sem proteção adequada, são expostos a substâncias tóxicas presentes nos resíduos eletrônicos, como chumbo, mercúrio e cádmio, resultando em sérios problemas de saúde. Além disso, muitas comunidades próximas a esses locais de descarte sofrem com a poluição do ar, água e solo, causando um aumento alarmante de doenças respiratórias, distúrbios neurológicos e câncer.
(Agbogbloshie é um dos maiores "cemitérios de eletrônicos" do mundo. Fonte: BBC)


Impactos ambientais:

Do ponto de vista ambiental, o descarte ilegal de lixo eletrônico e veículos quebrados traz consequências catastróficas para os países africanos. Os resíduos eletrônicos contêm substâncias tóxicas que se infiltram no solo e nas fontes de água, contaminando os ecossistemas locais. A queima inadequada desses resíduos libera gases tóxicos na atmosfera, contribuindo para a poluição do ar e o aquecimento global. Além disso, o descarte de veículos quebrados sem o devido tratamento causa vazamentos de óleo e outros fluidos prejudiciais ao solo e aos corpos d'água, afetando a biodiversidade e comprometendo a sustentabilidade dessas regiões.

A exploração e a injustiça:

Essa prática de descarte ilegal revela uma face cruel da desigualdade global e da exploração dos países "em desenvolvimento". Enquanto os países "desenvolvidos" se beneficiam do avanço tecnológico e buscam maneiras adequadas de lidar com seus resíduos, eles transferem os problemas para as nações africanas, que já enfrentam desafios significativos em termos de desenvolvimento socioeconômico. Essa forma de exploração e injustiça perpetua um ciclo de desigualdade e impede o progresso real nessas regiões.

A necessidade de ação e responsabilidade:

É imperativo que os países desenvolvidos sejam responsabilizados por suas ações e que medidas eficazes sejam tomadas para combater esse crime humano e ambiental. É essencial fortalecer a regulamentação e a fiscalização do transporte e descarte de resíduos eletrônicos, punindo severamente os infratores. Além disso, é crucial promover investimentos em infraestrutura de reciclagem e capacitação em tecnologia sustentável nos países africanos, permitindo que eles gerenciem adequadamente seus próprios resíduos e promovam um desenvolvimento genuíno.

O descarte ilegal de lixo eletrônico e veículos quebrados pelos países desenvolvidos para os países africanos é um crime humano e ambiental que não pode ser tolerado. Essa prática traiçoeira explora a vulnerabilidade das nações receptoras, trazendo sérios riscos à saúde humana e causando danos irreparáveis ao meio ambiente. É hora de responsabilizar os responsáveis e trabalhar em conjunto para encontrar soluções sustentáveis ​​e justas. Somente através de ações concretas e do fortalecimento da cooperação internacional podemos eliminar essa forma de exploração e promover um futuro mais equitativo e sustentável para todos.


Enfrentar o problema do lixo requer uma mudança de paradigma em relação à forma como consumimos, produzimos e descartamos os materiais. É essencial adotar uma abordagem abrangente que inclua os seguintes elementos:


Redução e reutilização:

A primeira e mais importante etapa é reduzir a quantidade de lixo gerada. Isso pode ser alcançado por meio da conscientização sobre o consumo responsável, optando por produtos duráveis e reutilizáveis, evitando o uso excessivo de embalagens descartáveis e promovendo a economia circular.

Reciclagem e compostagem:

A reciclagem é uma maneira eficaz de reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários. Promover a separação adequada dos resíduos e investir em infraestrutura de reciclagem são medidas essenciais. Além disso, a compostagem de resíduos orgânicos é uma alternativa regenerativa para reduzir a quantidade de lixo enviado para aterros sanitários.

Gestão e tratamento adequados:

O desenvolvimento de sistemas eficientes de coleta, tratamento e disposição final de resíduos é fundamental para lidar com o lixo de forma adequada. Isso inclui investir em tecnologias avançadas de tratamento de resíduos, como incineração e digestão anaeróbica, para reduzir os impactos ambientais e aproveitar o potencial energético dos resíduos.

Educação e conscientização:

A mudança de comportamento em relação ao lixo requer uma conscientização generalizada. É importante educar as pessoas sobre a importância da redução, reciclagem e descarte adequado de resíduos, além de promover a participação ativa da comunidade na gestão do lixo e educação sobre o consumo consciente, sendo este último a resolução de todo esse problema.

Inovação e pesquisa:

A busca por soluções inovadoras e tecnologias sustentáveis é fundamental para enfrentar os desafios do lixo. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento de materiais biodegradáveis, embalagens eco-friendly e tecnologias de reciclagem avançadas são cruciais para mitigar os impactos negativos do lixo.

O conceito de lixo vai além de simplesmente descartar materiais indesejados, pois é um conceito puramente humano, sendo que contradiz a lei natural observada e divulgada pelo químico francês, do século XVIII, Antoine-Laurent de Lavoisier, que diz: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Por isso, envolve questões complexas e interconectadas relacionadas ao consumo, produção, impacto ambiental, social e econômico. Enfrentar o problema do lixo requer uma abordagem abrangente, que inclua a redução, reutilização, reciclagem e gestão adequada dos resíduos e educação sobre o consumo consciente. Somente por meio de uma mudança de mentalidade, investimentos em infraestrutura e tecnologias sustentáveis, educação e conscientização, poderemos mitigar os efeitos negativos do lixo e avançar em direção a um futuro mais sustentável. A conscientização individual e coletiva desempenha um papel crucial na superação dos desafios relacionados ao lixo. Cada um de nós pode contribuir adotando práticas responsáveis de consumo e descarte. Isso inclui a redução do desperdício, a escolha de produtos duráveis e reutilizáveis, a separação correta dos resíduos para reciclagem e o apoio a iniciativas locais de gestão de resíduos. Além disso, governos, indústrias e organizações desempenham um papel importante na implementação de políticas e estratégias eficazes de gestão de resíduos. Investimentos em infraestrutura de reciclagem, tecnologias avançadas de tratamento de resíduos e educação ambiental são essenciais para promover uma mudança positiva. É preciso também incentivar a inovação e a pesquisa para desenvolver novas soluções e abordagens sustentáveis para lidar com o lixo. A colaboração entre cientistas, empresas, governos, STARTUPs, ONGs e comunidades pode impulsionar o desenvolvimento de materiais biodegradáveis, métodos de reciclagem mais eficientes e sistemas de gestão de resíduos inovadores. Em última análise, enfrentar o desafio do lixo requer uma visão de longo prazo e um compromisso global. Devemos buscar um equilíbrio entre nossas necessidades e a capacidade do planeta de absorver e processar os resíduos que geramos. Somente através da adoção de práticas sustentáveis ​​e da implementação de políticas e estratégias efetivas poderemos garantir um futuro saudável e livre do fardo excessivo do lixo.


Diante da alarmante realidade que enfrentamos, é essencial que compreendamos a gravidade do problema e assumamos a responsabilidade coletiva para proteger o nosso planeta. O futuro das gerações vindouras está em jogo, e a necessidade de agir com urgência é evidente. É fundamental repensar os nossos hábitos de consumo, promovendo a redução, reutilização e reciclagem de materiais, além de investir em tecnologias sustentáveis. A implementação de políticas públicas, a busca por novos materiais biodegradáveis e a conscientização da importância da preservação dos recursos naturais são passos cruciais para reverter a crise ambiental. Não podemos permitir que continuemos a viver em um mundo cada vez mais contaminado, com ecossistemas em colapso e a biodiversidade ameaçada. O tempo está se esgotando!, e é preciso agir com emoção, determinação e compromisso. Cada ação individual conta, e, juntos podemos fazer a diferença. O alerta vermelho está piscando!, chamando a nossa atenção para a necessidade de mudança imediata. Não podemos adiar mais. Vamos unir forças, despertar para a urgência desse problema e trabalhar incansavelmente para construir um futuro sustentável e preservar o nosso planeta para as gerações futuras.

A escolha está em nossas mãos.

A hora de agir é agora!


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